domingo, 13 de julho de 2014

Operação Invasão 2 (The Raid 2: Berandal, 2014) - Uma obra prima da violência cinematográfica.

Posted by Cândido Augusto on 09:19


A tão aguardada seqüência de Operação Invasão (The Raid: Redemption, 2011), chega cumprindo as promessas que o diretor Gareth Evans fez. Mais violência, mais ação, e muito mais sangue. Quem acompanha esse blog sabe o quanto sou fã de John Woo e como o primeiro filme de Gareth Evans lembrava a obra prima de John Woo chamada Fervura Máxima (Hard Boiled, 1992). Quando vi que esse filme tem quase 2 horas e 30 minutos, a pergunta de como Evans iria conduzir essa epopéia violenta é imediata. 

Operação Invasão 2 (The Raid 2: Berandal, 2014) não escapa da comparação com o primeiro filme, nessa seqüência o diretor Gareth Evans evolui trazendo um filme esteticamente bem pensado, com ângulos de câmera criativos e uso de câmera lenta em momentos cruciais, lembrando os bons momentos de John Woo. Mas em comparação com o primeiro essa estética acaba retirando um pouco aquele clima claustrofóbico, e de medo. E também um pouco daquele estilo de filme feito na marra que o primeiro continha. Mas em compensação ele cria um espetáculo visual a violência. 


Se todos pensavam que a vida do personagem Rama (Iko Uwais), não poderia passar por um inferno maior como visto no primeiro filme, em The Raid 2 o inferno é multiplicado por dez. Não podendo levar a justiça o policial corrupto resgatado no primeiro filme, já que a corrupção na policia é muito maior do que se pensava Rama se vê sem saída. A máfia executa o irmão de Rama, e o único jeito de proteger sua família é participar de uma equipe contra corrupção policial. 


Rama (Iko Uwais) se vê obrigado a atuar como policial disfarçado, indo para uma prisão tentar ganhar a confiança do filho de um dos grandes chefes da máfia. O que era para ser resolvido em alguns meses, acaba virando dois anos tempo esse que ele também está afastado de sua esposa e filho. 

É nessa prisão que acontece a famosa luta no pátio que apareceu em alguns trailers, que lembra a cena de Bruce Wayne (Christian Bale) em uma prisão oriental vista em Batman Begins (2005). Para se preparar e lutar por sua sobrevivência Rama (Iko Uwais) treina seus socos em uma parede, seria uma referência ao filme Kickboxer - O Desafio do Dragão (1989) de Jean-Claude Van Damme, onde o vilão treinava chutes contra uma pilastra?. 


No primeiro filme o ritmo era intenso e não dava espaço nem para você respirar, este segue algo mais intercalado, mas nem por isso menos sanguinolento. Nesta seqüência o sangue jorrando é ainda maior que no primeiro, mesmo tendo uma ou duas cenas gratuitas, aqui o gore corre sem piedade. O pessoal que é fã do primeiro filme vai notar uma ou outra cena que reciclam idéias do filme anterior mas nada que atrapalhe. Rama (Iko Uwais) segue seu inferno ao lado do filho do mafioso interpretado pelo ator Arifin Putra que é a cara do falecido Brandon Lee !!!. Que a todo custo pretende tomar o lugar de seu pai. Alias o comportamento dos mafiosos no filme remetem a outra referência que são os filmes de gângster de Takeshi Kitano.


Algo meio confuso é a volta de "Mad Dog", mesmo não sendo o mesmo personagem do primeiro filme. Mas como não repetir algo tão tenebroso como foi o personagem do Mad Dog vivido pelo coreógrafo Yayan Ruhian?, aqui ele está ainda mais assustador, como se tivesse voltado do inferno.


Uco (Arifin Putra) se une a outro criminoso Bejo (Alex Abbad) para começar uma guerra de gangues que destruiria os concorrentes japoneses e tomar o lugar do pai. E quando essa guerra começa que o filme cria cenas antológicas, o vilão Bejo possui três capangas, dois deles entram para os vilões inesquecíveis do cinema. O cara do taco de beisebol é facilmente esquecível, mas a "Menina dos Martelos" feita pela atriz Julie Estelle é a vilã mais implacável e brutal da história, é aquele tipo de cena que você nunca mais vai esquecer. Para se ter uma referência ela faz a Gogo Yubari de Kill Bill (2003) parecer uma freira. 



O Outro vilão é o artista marcial especialista em Silat chamado Cecep Arif Rahman, mas esse eu comento mais a frente. 

A partir desse ponto o filme segue criando uma cena antológica atrás da outra, a cena onde Rama (Iko Uwais) é atacado dentro de um restaurante é de um sincronismo absurdo, acaba lembrando o filme The Man From Hong Kong (1975), que tem uma cena parecida pode ser uma referência ou não, só mesmo perguntando ao diretor. Infelizmente o diretor Gareth Evans acaba fazendo mais uso da famosa câmera com mal de Parkinson, para nossa sorte ele vai diminuindo no decorrer do filme, parecendo intencional. 

Acredito que o único deslize para mim, era a tão aguardada perseguição de carros feito pelo coordenador Bruce Law, que também dirigiu a cena de perseguição do filme Special ID (Dak siu san fan / 特殊身份, 2013) com Donnie Yen. Acredito que pelo diretor tentar criar tanta inovação, a intenção de filmar a cena de um ângulo impossível como de "cima", acabou cortando o clima da cena. Deixando para o filme Special ID a melhor cena de perseguição de carros. 


Mas nada nesse mundo vai preparar o leitor para o combate final de Rama (Iko Uwais) contra o assassino vivido por Cecep Arif Rahman. Se todos pensavam que não haveria maneiras de superar aquele combate com Mad Dog do primeiro filme, nem de longe imaginam o que foi feito em The Raid 2. Mesmo o diretor Gareth Evans ter listado seu Top 5 de melhores cenas de ação no cinema, nada vai preparar você leitor para a cena final.


A coreografia da cena final consegue criar o ápice da extrema e visceral violência jamais vista no cinema, um combate fulminante sem direito a respiração. Em cada golpe desferido da para sentir a presença da morte a cada segundo. Isso nunca foi feito no cinema com tamanha veracidade e vai demorar para alguém criar algo tão mortal. Com todo respeito aos heróis Jackie Chan, Jet Li e Donnie Yen mas para mim já esta eleita a melhor cena de luta de 2014 e se bobear de 2015, o início da cena é uma homenagem direta a Bruce Lee e seu famoso combate contra Robert Wall (O'Hara) em Operação Dragão (Enter the Dragon, 1973). Sem palavras para descrever o que foi feito, então amigo leitor não perca mais um segundo para assistir está obra prima da violência extrema.


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