terça-feira, 20 de novembro de 2012

Skyfall (2012) cria James Bond das Trevas

Posted by Cândido Augusto on 18:05



Quando alguém cópia um filme ou um CD existe uma lei para punir essa pessoa. Acho que essa mesma lei deveria ser usada em cineastas e músicos que copiam as idéias de outros, entre eles o novo diretor da franquia James Bond. Skyfall (2012) chega com a alardeada contratação do diretor Sam Mendes, a idéia inicial seria dar uma nova estética cinematografia a franquia. Conversando com um amigo que tinha acabado de assistir Skyfall, ele conseguiu me convencer que eu deveria assistir, que houve uma série de mudanças, e que esse seria o melhor filme com Daniel Craig. 

Vamos ser francos quem não gosta da "Era Daniel Craig" não vai encontrar nada em Skyfall que fará mudar de opinião, e para os que gostam também nada muda. Infelizmente a franquia virou uma grande máquina de xerox cinematográfica, se não bastasse termos um cópia de Jason Bourne usando elementos da franquia Bond, agora temos a cópia do Batman de Christopher Nolan. Sam Mendes deu declarações a quem quisesse ouvir que se inspirou na franquia do Batman de Nolan, praticamente uma declaração de cópia. Parece que a famosa frase "nada se cria tudo se copia" é a nova lei do cinema.

Em Skyfall ainda se mantém aquela sensação de quando você vai visitar um parente que não via a muito tempo, mas quando encontra, chega a conclusão que ele virou um completo desconhecido. É assim que você se sente assistindo Skyfall. A partir daqui há spoilers então se você ainda não viu Skyfall vá para as últimas linhas. 

Skyfall realmente é o melhor da trilogia "Craig", não graças ao seu protagonista, se bem que aqui ele se esforça bastante, mais que nos anteriores. Mas todo esse esforço de Daniel Craig em fazer um Bond angustiado e destruído cai por terra já que vimos isso em Batman - The Dark Knight Rises (2012) com Bruce Wayne. Skyfall também marca um novo reboot já que os produtores querem se livrar do vexame que foi Quantum of Solace (2008) e sinalizar uma volta aos elementos clássicos da franquia.

Seu nome é Dench, Judi Dench

Mas existem um grande motivo para se assistir Skyfall e seu nome é Judi Dench, nossa maravilhosa M, em Skyfall sua maestria e talento criam um espetáculo de interpretação, e saber que ela conseguiu isso, mesmo com problemas de saúde, já que no começo do ano ela foi diagnosticada com degeneração da mácula, uma doença ocular que causa cegueira. 


A atriz de 78 anos precisa da ajuda das pessoas que a cercam para estudar os roteiros dos filmes que faz, uma vez que não consegue mais lê-los. Judi Dench, afirmou em um site que sempre pede ajuda a filha ou a amigos para ler os roteiros. Sim amigos leitores Skyfall é o filme de despedida da atriz, a morte dela no filme causa uma dor no coração duplamente, já que Judi era o último vinculo com o passado da franquia. A cena é triste como se metaforicamente a franquia Bond estivesse morrendo naquele minuto junto com ela. 

Mamãe quando crescer quero ser o Christopher Nolan

Acho que Sam Mendes não precisava do recurso de copiar outro diretor, ainda mais um diretor mais novo do que ele como no caso de Nolan, o filme tem algumas cenas esteticamente perfeitas, mas como aqui temos um "Skyfall Rises" é tudo criado em ambientes sombrios e soturnos. A cena de luta filmada em Xangai usando silhuetas para muitos é o ápice da arte cinematografia, outros enxergavam um "cópia" ops "homenagem" a Blade Runner. Vão me desculpar usar silhuetas e sombras é um artifício de diretores que não tem a mínima intimidade com cenas de lutas, como é o caso de Nolan e Mendes. Sem falar que Chuck Norris fez isso bem antes de todos no filme Vingança Forçada (Forced Vengeance, 1982), mas no caso de Norris aí sim, isso era um pecado.

Parece que a última grande cena "mano a mano" ficou lá em Moscou contra 007 (From Russia with Love, 1963) entre Sean Connery e o vilão Red Grant, ou mesmo na cena de elevador de 007 Os Diamantes São Eternos (Diamonds Are Forever, 1971). Até mesmo a trilha sonora de Skyfall resolveu copiar descaradamente os momentos de Hans Zimmer, mas timidamente o tema clássico dá o ar da graça, mesmo não combinando com seu protagonista.

Q - Crepúsculo

Enquanto o Batman de Nolan conseguiu se desvencilhar do uso do personagem Robin, o Skyfall de Mendes traz a versão Robin na forma de um novo Q com o inútil ator Ben Whishaw, que eu  apelidei de "Q Crepúsculo". 


Que ainda diz  ironicamente para Bond: "O que você esperava? Uma caneta Explosiva?". Essa ironia não foi só para Bond mas para todos os antigos fãs da franquia. Nessa hora faltou o Capitão Nascimento dando tapa na cara dizendo: "Tu é moleque". O novo Q é tão imbecil que pluga o computador do vilão Raoul Silva na rede principal do MI6 sem sequer desconfiar de qualquer coisa. A mesma coisa de você achar um pendrive na rua e plugar no seu PC sem passar anti-virus.

Sam Mendes eu copio tu copias....

O vilão usa a mesma ilha do filme A Origem (Inception, 2010) também de Nolan, essa é a Ilha Fantasma de Hashima localizada no japão. Falar da quantidade de cenas que são copias e xerox de outros filmes daria um tópico inteiro. Como a cena de namoro na praia vinda direto de um filme de Jason Bourne ou o descarrilamento do metrô, a última vez que vimos isso foi em Duro de Matar A Vingança (1995). Skyfall também foi feito as pressas para comemorar os 50 anos de Bond assim como Um Novo Dia Para Morrer (Die another Day, 2002) foi feito para comemorar os 40 anos da série, e Skyfall acaba sendo o filme como menos locações da franquia. Mesmo com todos esse problemas Sam Mendes conseguiu se sair muito melhor que os diretores anteriores da "Era Craig"

Its Raining Men com Javier Bardem

Quem assistiu Onde os Fracos não Têm Vez (No Country for Old Men, 2006) assim como eu, imaginou no ato que o vilão de Bardem seria um espetáculo a parte neste filme, Bardem por sua vez constrói o melhor vilão da "Era Craig" e o pior de sua carreira.  Sem falar do descaramento de usar o mesmo plano do Coringa de Batman. Este é o terceiro vilão da "Era Craig" que é gay. Essa tendência homo erótica que os produtores tanto querem, cria alguma coisa para o roteiro?. Apenas uma tentativa infeliz de conseguir mais holofotes criando polêmicas. 


Javier Bardem cria um vilão que beira o ridículo. Novamente Casino Royale se repete. No próximo Bond o vilão talvez seja o Tom Selleck e o filme talvez se chame 007 Será Que Ele É?. No mundo de hoje é politicamente incorreto James Bond ser aquele predador sexual da época de Sean Connery, mas ninguém vê qualquer absurdo nessas cenas. Na falta de vilões não se pode mais usar a União Soviética, nem os Alemães nem os Norte Coreanos. Então o que os produtores querem dizer?. E adivinha qual é o símbolo na porta de entrada da casa da família Bond. Isso sem falar que o próximo filme será Bond "24".



Daniel Craig sempre será Daniel Craig

Daniel Craig envelheceu muito em três filmes, ele criou seu Bond trator, truculento e matador. Mas os produtores estão querendo mudar, tentando forçadamente introduzir piadinhas e ironias, para o Bond de Craig e fazer a transposição para o personagem habitual. 


Algo que com certeza vai ser mais intragável do que aceitar essa versão Jason Bourne de Bond. Humor, sarcasmo e ironia não foram feitos para Daniel Craig, matar e fazer piada é para outro tipo de ator. Um que se sai muito bem com isso é Jason Statham. É notório a falta de jeito de Daniel Craig até para sorrir, imagine um filme inteiro com piadas e ironia como na época de Roger Moore.

Conclusão 

Skyfall se sai melhor que os anteriores, os novos personagens Ralph Fiennes como novo M, e Naomie Harris como Moneypenny não acrescentam nada ao filme, somente no próximo saberemos. Mas num mundo onde um diretor consagrado declara abertamente que copiou elementos de outro diretor fica sempre a dúvida sobre o quanto a franquia ainda vai se agüentar de pé. A franquia sempre se cercou da melhor produção isso também faz com que os mais desatentos fiquem deslumbrados por toda a parte estética da produção. A cena final de Skyfall termina com uma tentativa de reconciliação com os antigos fãs. Se isso vai funcionar nos próximos filmes é bem improvável, e parece que só agora eles vão saber o peso desse reboot na franquia.

Quem não gosta da "Era Craig" o novo filme Skyfall é um exercício de quase duas horas de sadomasoquismo, com tons escuros e muitas sombras, um passeio por túneis, cavernas e lugares abandonados. Demonstrando que essa fortuna que anda sendo arrecadada nas últimas aventuras, está indo para outros lugares que nem o MI6 saberia, menos para o filme. Na música tema Adele canta: "This is the end (Este é o fim)". Esperamos que não, a franquia James Bond ditava as regras do cinema, atualmente apenas luta por sobrevivência.

Ao meu amigo que fez altas recomendações sobre Skyfall, pronto assisti ao 007 contra o Homem da Peruca de Ouro, agora não adianta ficar reclamando.


1 comentários:

Lixo de filme, falou tudo. Odeio o Daniel Craig.

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